20 de jul. de 2011

O teatro da Esperança

Professor Janilson

                A Cidade da Esperança sempre teve um teatro. Soube que ele foi construído juntamente com a Igreja Católica  para apoiar a arte e a fé.História bonita e abandonada, como o velho e belo teatro.Acho que a Esperança é um dos bairros mais bem aparelhados em equipamentos culturais,porém, ou abandonados ou inacessíveis aos moradores.É urgente uma campanha séria pela reocupação e reutilização  desses espaços.
                Fico pensando naquele cara que anda com fome, porém, com a geladeira cheia. É assim que agem com a arte no bairro.

14 de jul. de 2011

Livreiros da Cidade da Esperança

Professor Janilson

            Nos anos setenta,  tínhamos na Cidade da  Esperança o “caminhão da cultura”  trazendo livros todas as semanas. Tínhamos, nos anos oitenta, uma biblioteca funcionando no CSU. E hoje?Desconheço um espaço de leitura popular no bairro, seja municipal ou estadual.
 Para o nosso bem, existem livreiros, ou sebistas, promovendo leituras a um bom preço. Aos domingos, na feira do bairro, conto com a presença iluminada de Neto e sua esposa Rosa. Há mais de vinte anos eles saem de Felipe Camarão e comercializam livros e revistas na feira. Lá, entre frutas e verduras, podemos folhear e escolher, a bom preço, livros de Jorge   Amado, Machado de Assis, João Ubaldo e, também, escritores estrangeiros. Gosto de ver os jovens, adultos e crianças, manuseando atentamente , até a grande escolha.
            Durante toda a semana,  temos o sebo “Salada Cultural”, de Mauricio,na avenida Pernambuco, no Shopping Esperança. Lá, também, livros e revistas a um bom preço. Se não há bibliotecas  no bairro, temos estes dois maravilhosos lugares. É só uma questão de escolha : deixe de comprar besteiras e compre livros. Depois, forme um pequeno grupo e troque os livros. Não ler é o que arrebenta e atrasa a vida. Todos os dias os jornais noticiam que pessoas perdem espaço no mercado de trabalho por falta de leitura. Na Esperança não precisamos passar por isso, os sebos estão ai a nossa espera.

13 de jul. de 2011

Incultura potiguar

Autor : Janilson Sales de Carvalho

Se no Rio de Janeiro
Um Machado é cultuado e vira monumento
Aqui no RN dois Machados vão ao chão
E somem na poeira do esquecimento

A cultura no Rio é moeda forte
Lá surgiram movimentos nacionais
No RN a cultura é abandonada
E os artistas penam prá ter cartaz

Lá no Rio , o poeta Gentileza
Homem de rua e emoções
Tem seus versos reescritos e lembrados

Aqui no RN, até o grande Cascudo,
Pelas escolas, cidadãos e administradores públicos
É ignorado

Vejo a paixão dos baianos por Amado
Dos alagoanos  por Graciliano
Dos pernambucanos por Gilberto Freire
Dos gaúchos pelos Veríssimo
E tantos e tantos pelo Brasil
Enchem de orgulho seus conterrâneos

E nós potiguares
Cultuamos o esquecimento
De escritores e poetas
Músicos , bailarinos e pintores
Atrizes e atores
Morte em vida
De alguns

A ignorância impera em canais de TV e FM
O povo segue rebolando axés, forrós sintéticos
Desconhecendo :
A Grande Arte Potiguar
A voz bonita de Terezinha de Jesus
O forró de Elino Julião
A poesia de Zila Mamede
A música dos Galvão
A obra maravilhosa de Cascudo

Não precisa ser Rio, nem São Paulo
Só precisa saber-se POTIGUAR
Saber-se dono de tesouros
Nunca escondidos, porém, abandonados



9 de jul. de 2011

Gaivotas – hit dos anos 80

Professor Janilson
                Em 2009 participei do Fórum Social Mundial em Belém do Pará. Eu e alguns amigos fomos de carro e tivemos que atravessar a Baia de São Marcos, no Maranhão, em  um ferry boat. Uma cena que me marcou foi a presença de muitos pássaros seguindo o navio. Lembrei–me imediatamente  da música do amigo Carlos Valle, Gaivotas. Comentei com os amigos e cantei um pouco.
                Gaivotas  é uma das marcas dos anos 80 na Cidade da Esperança. Essa década foi muito musical no bairro e fez surgir diversos grupos com os mais variados ritmos. Acompanhei várias  apresentações coletivas, pois , o bairro era de todos. Riqueza pura. Encontro esses artistas por aí nos seus afazeres diários. Como seria bom revê-los no palco, qualquer palco, na Cidade da Esperança.Tudo é possível quando se quer.

3 de jul. de 2011

Aguaceiro na Esperança

Professor Janilson

            Chuva em Natal já é bronca... e na Esperança? Há lugares que viram lagoas ou riachos. Perto da minha casa, na Rua Padre Ramalho, as águas avolumam-se até inundar a rua. Há anos, acompanho a luta daqueles moradores. Nenhuma administração, até hoje, buscou uma solução para o problema. Em junho de 2008, a água foi tanta, que virou um grande lago que não deu peixe, mas deu banho. Lamentei a imprudência dos garotos jogando-se naquela água imunda. Mas, como diz a música “Epitáfio” dos Titãs : o acaso vai me proteger enquanto eu andar distraído.
            E tudo vira brinquedo: poças, bicicletas, carros encalhados. Em todo lugar meninos de prontidão. Santo lugar onde a alegria de crianças ameniza a tragédia e o abandono.